Stephanie Lucchese trabalha sobretudo com a pintura e o desenho, explorando fiçcões e construindo uma mitologia pessoal em cenas que permitem espiar um universo inventado onde formas, frutos, plantas e figuras parecem interagir em movimento constante, devorando-se enquanto o tempo não passa.

As imagens remetem a um jardim das delícias com algo de estranho, e partem sempre do desenho para a pintura, sem referências fotográficas. O resultado é a artificialidade teatral de uma luz que não existe, e o sentimento insólito de que apesar de tudo parecer comestível, desde as frutas até as pessoas, algo não está certo. Tendo como referência tapeçarias medievais, o drama da arte sacra, os sistemas lógicos da ficção científica, músicas de amor, histórias de feitiçaria, bem como elementos da cultura pop dos anos 90 e 2000 e detalhes biográficos, a artista torna visível pinturas com cor de veludo e um assombro próprio.